MAURO BRANDÃO, mineiro de Caeté, escritor, poeta e músico, é Bacharel em Ciências Econômicas pela U

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Obra Literária de Mauro Brandão





MAURO BRANDÃO, mineiro de Caeté, escritor, poeta e músico, é Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, e vem de uma linhagem de escritores e poetas, tendo como ícone familiar o escritor João Guimarães Rosa, primo primeiro da sua avó paterna Georgina – também nascida em Cordisburgo / MG –, no qual os pais Floduardo Pinto Rosa e Antônio Pinto Rosa eram irmãos. Apaixonado pela escrita e pela leitura, Mauro Brandão, por estímulo do seu pai, Nilson Pinto Brandão, aprendeu a ler e escrever antes de completar quatro anos de idade. Venceu alguns concursos de redação na fase escolar, mas só na maturidade resolveu investir com determinação em sua carreira literária. Está prestes a lançar a sua primeira obra literária, o romance “Claraluz e o Poeta”, amplamente divulgado nas redes sociais, e o seu lançamento é aguardado com muita expectativa por pessoas das diversas regiões brasileiras e de outras partes do mundo. Seus poemas são cada vez mais populares e reconhecidos, e é parte dos seus projetos lançar um livro de poesias, intitulado “Coletâneas Virtuais I”.

Outras obras literárias de Mauro Brandão em fase de construção:

.         A História do Homem e do Universo: crítica ao fundamentalismo - ensaio filosófico.

·         Na Solidão do Outro - romance psicológico.

·         Tempestade Magnética - ficção científica.

·         O Ladrão das Artes - infanto-juvenil, com Alice Okawara.

·         Brincando de Deus - realismo mágico.

·         De Volta ao Presente: história de alguns - contos.

          Voltei Formiga - romance.

          O Descobrimento de Outro Mundo - ficção científica.

          Os Guardiões da Luz - romance (2º volume da Trilogia de Claraluz e o Poeta)

          Coletâneas Virtuais II - poesia

          Olavo e o Mestre - Contos e reflexões



Mauro Brandão na internet:






Uma impressionante história de amor...

CLARALUZ E O POETA — SINOPSE

A trama gira em torno de uma impressionante história de amor que nasceu entre Claraluz e Mandel, que se conheceram pela Internet. Claraluz – apelido de Clarissa Montenegro – é uma médica pediatra da classe média alta do Leblon, Rio de Janeiro. Mandel Ferreira Guimarães é professor de sociologia, músico e poeta, morador de Sabará, cidade de Minas Gerais vizinha a Belo Horizonte.

Claraluz era noiva de Paulo Barretto de Lucena – Barretto –, um rico médico endocrinologista com quem mantinha uma relação fria e formal, que a deixava insatisfeita e frustrada. Essa angústia se ampliava pela forma como a sua mãe – Gertrudes Vasconcelos – a tratava; como se ela fosse uma boneca de porcelana rara, exigindo dela comportamentos aristocráticos, guiados pelo status social. Mas quando Claraluz conhece Mandel pela internet, sua cabeça gira como um turbilhão, pois os dois se identificam e se apaixonam. A partir daí, começam a se encontrar virtualmente com frequência, e um mundo de possibilidades românticas e afetivas se abre na vida de Claraluz. Ela se exaspera ao sentir que uma vida muito mais interessante poderia ser vivida. A insatisfação emocional que Claraluz vivia por se relacionar com Barretto se transformara numa crise inevitável diante do surgimento desse novo amor.

Por outro lado, Mandel namorava Esther Jardim – psicóloga metódica, moradora do bairro Cidade Nova, em Belo Horizonte –, e o relacionamento encontrava-se desgastado, permeado por crises e conflitos. Como psicóloga, Esther se via diante de um caso desafiador, pois um dos seus pacientes – José – era usuário de crack, e ela empenhava o máximo das suas energias para tentar removê-lo da dependência química. José conhecera Maria, também usuária de drogas, numa reunião do grupo dos Narcóticos Anônimos, e um romance se estabelece entre eles, tornando-os aliados na luta contra a dependência química. Magda, sobrinha de Esther, especialista em computação e hacker por sadismo, morava com ela, e invade o computador de Mandel, descobrindo a relação dele com Claraluz pela internet. O grau de complexidade da trama é ampliado pela presença de Janaina, amante de Mandel e também moradora de Sabará, uma bela mulher morena de 20 anos de idade, sensual, inteligente, carismática e decidida a realizar seus objetivos. Janaina frequentava a casa de Mandel, e a relação afetiva e sexual dos dois compensava a frieza do relacionamento dele com Esther.

Mandel se apaixonara por Claraluz, e a trama ganha episódios sensacionais, surpreendentes e belos, pois ele se dispõe a bancar uma reviravolta em sua vida e na dela. Janaina, que não tinha o menor ciúme de Esther, começa a não gostar do envolvimento de Mandel com Claraluz, e é tentada por Magda a agir para impedir que esse romance perdurasse. Mas Mandel se mostrara firme em seu propósito, e a força da sua paixão é tão grande que contagiara e provocara na alma de Claraluz o desejo de caminhar por esse mesmo objetivo. Claraluz toma uma decisão, termina o noivado, provocando abalos e traumas junto à sua mãe Gertrudes, que não admitia que a filha tivesse tido a coragem de romper o noivado com Barretto. Afinal, ela tinha obsessão pelos holofotes das colunas sociais, e Barretto, filho de um poderoso empresário da indústria naval, o barão Humberto de Lucena, era visto por Gertrudes como o marido ideal para Claraluz, e que lhe daria mais projeção no mundo fashion do glamour social.

Claraluz só encontrava algum alívio quando se encontrava com o pai, Clóvis Montenegro, diplomata aposentado, separado de Gertrudes, morador de Copacabana, e que adorava encontrar com os amigos para tocar o seu cavaquinho num grupo de chorinhos em um bar na Tijuca. Clóvis emprestava toda a sua ternura e colo a Claraluz, e esta, dengosa com o pai, também retribuía à altura os carinhos recebidos, numa relação de carência afetiva entre ambos. Claraluz também tinha uma amiga confidente, a enfermeira Regina Yamamoto – detentora de uma característica que provocava desafios em sua vida –, que sabia da sua paixão por Mandel, tornando-a sua conselheira.

Barretto, depois que Claraluz rompera o noivado com ele, descobre, através de Magda, que a ex-noiva vivia um romance virtual e resolve investigar. Mas fatos inusitados fazem Barretto desviar-se do alvo de sua investigação, e ele passara a querer descobrir a verdadeira identidade de Magda, que se ocultara ao revelar o romance entre Claraluz e Mandel. Assim, uma trama paralela surge entre Magda e Barretto, envolta em suspenses dignos dos romances policiais que eternizaram Sherlock Holmes. Magda ocultara sua identidade através de dois grandes personagens enigmáticos da literatura brasileira: Capitu, de Machado de Assis, e Diadorim, de Guimarães Rosa, e envolveu Barretto, e posteriormente a modelo carioca Joyce numa série de enigmas que plantavam pistas sobre a sua identidade.

O romance tem por objetivo entreter o leitor, buscando provocar-lhe emoções através do romantismo, erotismo, enigmas, suspenses, questionamentos existenciais, além de apresentar características peculiares, na abundância de citações de músicas, poesias, trechos de obras literárias e autores diversos, num detalhado e pormenorizado realismo, mas mesclado com pinceladas progressivas de realismo mágico, acrescido da trama paralela que ocorre ao estilo dos romances policiais, através de enigmas virtuais e contemporâneos. Filosoficamente, o romance tem como alvo explorar o mundo das novas relações surgidas com o advento da internet, e indicar as mudanças profundas no comportamento das pessoas diante desta nova forma ampliada de se relacionar e se conhecer, na qual as barreiras impostas pela distância geográfica deixaram de existir, e afloraram velhos conflitos com novas roupagens, como o relacionamento monogâmico e o poligâmico, a dependência de drogas, o estigma preconceituoso ao homossexualismo, a busca pelo sentido da vida, as imposições do status diferenciado nas várias camadas sociais, a postura teatralizada do indivíduo perante a sociedade e o consequente comportamento ditado pelas regras da hipocrisia, expostas pelas múltiplas e novas possibilidades de relacionamento que as pessoas podem experimentar a partir dessa nova, irreversível e implacável era da comunicação global.



  

           COLETÂNEAS VIRTUAIS          

Coletânea de poemas, em sua maior parte publicados nas redes sociais, e que se tornam cada vez mais popularizados e respaldados. Alguns poemas encontram-se abaixo, além de outros que se encontram em outros setores do blog, e que podem ser acessados também pelos links abaixo (se caso queira encurtar o caminho):

O TEMPO

Todo copo se esvaziará.
Toda a água secará.
Toda sede se saciará.
E a tempestade se acalmará.

Toda flor murchará.
Toda semente secará.
Todo fruto apodrecerá.
E a árvore tombará.

Toda festa terminará.
Toda embriaguez se curará.
Toda paixão se encolherá.
E a luxúria empobrecerá.

Todo dinheiro se esgotará.
Todo o veneno se invalidará.
Todo governo se destituirá.
E o poder enfraquecerá.

Toda saúde adoecerá.
Toda alegria se entristecerá.
Toda lembrança se esquecerá.
E a juventude envelhecerá.

Toda vida morrerá.
Todo ódio se abrandará.
Todo fogo gelará.
E a ideia se perderá.

Tudo cessará.
Tudo perecerá.
Mas de novo, tudo nascerá.
Enquanto soberano, o tempo existirá.

[Mauro Brandão]

***

Foto: AS MÃOS DO POETA

Pelas mãos do poeta trafegam-se os sabores e os dissabores do mundo. 
Pelas mãos do poeta desenha-se os lamentos e o deleite do chocolate.
Pelas mãos do poeta cospem-se balas de cetim e lágrimas de crocodilo.
As mãos do poeta afagam leões e abraçam inimigos.
Pelas mãos do poeta resgata-se esperanças perdidas e amores impossíveis.
Mãos de Marte em minutos, mãos que mentem e aplainam montes.
Nada é impassível, nem impossível! Nem impensável, tudo é passível. Pode-se o possível.
Tudo é impávido, ávido, fatídico, pudico!...
Nada não é permitido, tudo permite-se!
Pelas mãos do poeta, o mundo é mais belo...
Ou mais perigoso! 
... Mas nada! Nada é insosso.
Pelas mãos do poeta, morte e vida namoram de mãos dadas.

[Mauro Brandão - 12/02/2012]


AS MÃOS DO POETA

Pelas mãos do poeta trafegam-se os sabores e os dissabores do mundo.
Pelas mãos do poeta desenha-se os lamentos e o deleite do chocolate.
Pelas mãos do poeta cospem-se balas de cetim e lágrimas de crocodilo.
As mãos do poeta afagam leões e abraçam inimigos.
Pelas mãos do poeta resgata-se esperanças perdidas e amores impossíveis.
Mãos de Marte em minutos, mãos que mentem e aplainam montes.
Nada é impassível, nem impossível! Nem impensável, tudo é passível. Pode-se o possível.
Tudo é impávido, ávido, fatídico, pudico!...
Nada não é permitido, tudo permite-se!
Pelas mãos do poeta, o mundo é mais belo...
Ou mais perigoso!
... Mas nada! Nada é insosso.
Pelas mãos do poeta, morte e vida namoram de mãos dadas.


[Mauro Brandão - 12/02/2012]

***



LIVRA-NOS, LIVRO!


Oh Deus! 
Livro-me das sombras nas luzes das palavras,
E quando me livro da ignorância, livro-me dos males,
Dos males que me impedem de ser livre.

Livrai-nos todos da ausência das letras,
Livremo-nos daqueles que se livram dos livros.
E que os livre da alergia aos livros.

Os livros nos dão a sensação de livramento.
Pois livremente adentramo-nos às páginas,
Lavradas, levadas, aliviadas em louvores.

Pelos livros, vamos ao Louvre e à Líbia,
Conhecemos o coração de Lívia, Lavínia e da lebre.

Livros, que me livram e libertam,
Abre tuas páginas libertinas e sôfregas,
Para, num arroubo de paixão,
Dizer-te que lavro e lavo minha alma por ti,
Meu amado livro.

[Mauro Brandão]

***



As flores são a alma da semente,
inspiração artística do Florista do Universo
que, num momento de êxtase,
desenhou cada flor com sua eterna graça,
e guardou esta graça em cada semente.

Cada flor carrega o perfume da existência...
Cada perfume colore a alma de quem a inala...!
E em cada alma nasce uma flor,
assim que uma flor toca uma alma,
fecunda nela uma semente de amor...

[Mauro Brandão]

***



AS LUZES DEPOIS DO TÚNEL

A nossa Terra é cisco das estrelas.
As estrelas são espelhos d'água de galáxias,
e o tempo é uma brincadeira de roda,
aonde brincam sobre nós o sol e a lua .

A luz não viaja em si, a luz é!
Viaja-se sim, pela luz, por luzes em luz,
Pelas estradas de lâmpadas feitas de luz.
Para que, através da luz, encontremos a Luz.

Os nossos rios são da extensão da nossa alma.
São grandes ou pequenos, secos ou caudalosos,
São revoltos ou mansos, são claros ou escuros.
Os nossos rios nos cabem encaixados em nossas almas.

A luz é rio, gotas de luz no fundo e no leito.
Os rios são estrelas, são sóis que brincam com Terras
A nossa Terra é cisco dos rios, dos rios galáxias.
E a nossa vida é brincadeira que roda ao redor do tempo. 


[Mauro Brandão]

***




ÁRVORE-MULHER

Você é como árvore florida, 
que esbalda cores multicores em minha janela de olhar.

Suas flores jorram orvalhos, 
suores de paixão, que brotam dos seus lábios e galhos.

Seus galhos são dedos que percorrem a minha alma, 
e que me arrepiam quando descem às minhas costas.

Suas folhas são seus cabelos macios e sedosos, 
que se esparramam em meu rosto quando te curva-me a um beijo.

Seus frutos são beijos macios e caudalosos, 
que molham a minha alma sedenta da sua pele.

Seu tronco é a força do teu corpo, 
vigoroso como o nosso amor que se entrelaça em nós.

Sua sombra é meu recanto de paz, 
que me protege e nos faz sorrir à brisa dos seus abraços.

Suas cores são seus sorrisos gratuitos, 
que rejubilam-se ao sol caloroso do nosso viver.

Suas flores são néctar de amor, 
que poetizam nosso caminhar aromatizado pelo encanto de amar.

Você é árvore frondosa, imponente e caudalosa, 
como é feminina a sua raiz, 
que se nutre da nossa paixão e dos nossos desejos.

Em você, faço da árvore o meu bosque, 
e nesse bosque, te procuro em suas folhas e frutos,
para que, 
das folhas e frutos, 
floresça e frutifique o nosso amor, 
frondoso e fatal, 
em poesias que cantam aos quatro ventos.

Uma árvore-mulher, 
que tem cheiro de terra, enraizada em meu ser.

[Mauro Brandão]

***




Entremeios entre poemas...
Entrelaces entre voos.
Entre tantos entretantos...
Entrelinhas entre as linhas.
Entre riscos, entre medos...
Entreter entraves... 
Entre vidas entre mortes.
Entregar, tremer, entre agir,...
Interagir!
[Mauro Brandão]
***



Bem-que-te-vi...

em alguma flor,
de alguma árvore,
de algum jardim,
de algum lugar...

a espalhar as sementes da poesia,
fazendo-as germinar...

em alguma outra flor,
de alguma outra árvore,
de algum outro jardim,
de algum outro lugar...

Que-bom-que-te-vi...

[Mauro Brandão]

***


[Mauro Brandão]

***

[Mauro Brandão]



***



O DIA QUE NASCEU

E por um momento, as águas do rio pararam,
as portas que se fecharam, abriram,
as luzes se acenderam,
e as mentes se ascenderam.

No dia em que eu nasci,
No dia em que você nasceu...
O sol voltou a brilhar,
o orvalho brotou da relva,
a estrela piscou,
a criança ficou idosa,
e o velho voltou a sorrir.

Esse é o dia em que eu nasci
e o dia em que você nasceu.
A morte deixou de existir,
pois as cores brotaram nas flores,
e os túmulos se abriram,
e o sol queimou o solo,
e a canção brotou no ar
e o medo se escondeu de medo.

E por um momento, o tempo parou.
As águas do rio pararam.
O dia parou, as pessoas pararam.
Estáticas, estéticas, escandalizaram-se.
Petrificaram, sem pestanejar, pensaram.
Amaram, amaram-se, revolucionaram-nos.

No dia em que eu nasci.
No dia em que você nasceu.

[Mauro Brandão – 08/11/2012]

***



AO CUMPADI JACKSON ANTUNES

Um guerreiro surge entre nuvens,
Um homem carrega a espada.
A espada que separa muros,
Os muros da tenacidade,
Sapateiro, zapatista, violeiro, ator,
Desbravas almas, nascedoura do sertão.

Dos sertões mineiros, ganha-nos o mundo.
E nesse mundo, a viola se encanta.
Versos, vozes, paixões de novela.
Um nome, mil nomes, mil faces...
Em uma só face, um só espelho.

Assim és, cumpadi do fundo da cozinha.
Onde nenhum holofote o abala.
O cheiro de café e a mandioca derretendo,
Ao pé de um fogão a lenha.

O Jackson que é só seu,
É nosso, é do mundo, e é do sertão.
Das gentes simples, das telas, é só seu.

Um guerreiro da vida, vencedor das guerras.
De uma guerra que brota,
No coração da flor do sertão.

[Mauro Brandão - 28/08/2012]

***



Voar é para os pássaros!
Mas quem disse que não somos pássaros?
Somos pássaros, e podemos voar...!
E voando, alcançamos a plenitude humana.
Somos homens-pássaro,
Porque nascemos para voar!...

[Mauro Brandão

***


O MÚSICO


Músicos são aqueles que poetizam através de notas musicais, pintam os espíritos sombrios com cores coloridas de vários matizes, e esculpindo o som, resgatam gentes da melancolia natural que a vida impõe. A música é ar que se respira, mão que afaga, colo que aconchega...

[Mauro Brandão]



***




Autores: Janet Zimmermann e Mauro Brandão
Imagem: Patrícia Chammas


***

Foto: E que me cure, alcaçuz... 
Das matas de luz, 
Alcaparras, alcachofras, 
Flores, loures, flares, flâmulas, 
Alcâmulas, alças, alcaluz, alcaçuz... 
Claraluz...

[Mauro Brandão]
...

CLARA A LUZ

E que me cure, alcaçuz...
Das matas de luz,
Alcaparras, alcachofras,
Flores, loures, flares, flâmulas,
Alcâmulas, alças, alcaluz, alcaçuz...
Claraluz...

[Mauro Brandão]

***

Foto: HOMENAGEM PEQUENININHA À POETISA PORTUGUESA FLORBELA ESPANCA

Belas Flores 
Flores belas 
Florbela 
Flor: és bela 

[Mauro Brandão]
...


HOMENAGEM PEQUENININHA À POETISA PORTUGUESA
FLORBELA ESPANCA

Belas Flores
Flores belas
Florbela
Flor: és bela

[Mauro Brandão]

com cheiro de terra...



Quando o sol se desponta na Serra da Piedade,
O inexplicável acontece no monte sagrado.
A Serra se transforma em uma grande nave,
E imponente navega pelo oceano de nuvens.

Acorda assim o Pintor da Existência.
E inspirado empunha a aquarela e os pincéis.
E enquanto o sol ilumina a sua tela,
Pinta o quadro mais belo da Terra.

O sol invade a cabine sacra,
jorrando de luzes a morada dos sinos.
E as ondas de nuvens balançam a nau.
Conduzindo a visão rumo ao êxtase fatal.

Serra das Esmeraldas, de Sabarabuçu.
Monte translúcido, espelho do sol.
Montanha de Maria com cheiro de ferro.
Trono das Minas, dos picos Gerais.

[Mauro Brandão]
Foto: Henrique Caetano

domingo, 25 de novembro de 2012

Em outros idiomas

TRADUÇÕES PARA O ITALIANO
POR FERNANDA BELOTTI:



Foto: FAKE

Faz-de-conta, fake a face.
Faz-se de canto, faro fake fadado a facear.
Facetar, escamotear,
Faca amolada, fake amotinado...

Quantos de ti são apenas um?
Deveras saber, quantos fakes.
Quantas faces, quantas facas?
Mil faces em um fake só...

Fake de si, fake de muitos.
Muitos em um, um em muitos.
Face, fake, facetas, faceiros.
Tu és nós, nós somos um!

[Mauro Brandão - 26/10/2012]
...

FAKE

Finzione, fake a faccia.
disparte,
fiuto fake condannato a mascherare.
Sfaccettare, camuffare
Taglio affilato, fake ammutinato ...

Quanti di voi sono solo uno?
Di fatto sapere, quanti fake.
Quante facce, quanti tagli?
Mille facce in un solo fake ...

Fake di se, fake di molti.
Molti in uno, uno in molti.
Faccia, fake, sfaccettature, falsi.
tu sei noi, noi siamo uno!

[Mauro Brandão -  26/10/2012]

***

Foto: CUIDADO!!!

Nem todo aquele que te diz, "eu te amo, eu te amo", será o mesmo que amará a tua liberdade e a tua forma de ser e pensar...

O verdadeiro e único amor é radicalmente livre. 
Nada que escraviza pode ser chamado de amor.
O amor é liberdade... 
Voamos na mesma direção 
porque queremos que assim seja. 
Nos basta sermos livres para amarmos...

Mauro Brandão 
...

ATTENZIONE!

Non tutti quelli che ti dicono: "Ti amo, ti amo," saranno quelli che ameranno la vostra libertà e il vostro modo di essere e di pensare ...
L'amore è libertà ...
Voliamo nella stessa direzione
perché vogliamo che così sia.
Ci basta essere liberi per amare ...

[Mauro Brandão]

***

Foto: A Misericórdia Daquele ao qual chamamos de Deus - Criador de Todas as Coisas e a Razão da Existência e da Vida, o Deus escondido, oculto diante da profunda impossibilidade de enxergarmos a sua Face, e que ao mesmo tempo está em tudo o que vemos, sentimos, buscamos, caçamos e percebemos; Esse Deus, nos trás a Grande Sabedoria que cabe a cada um de nós, tolos mortais goetheanos. 

Deus não ama o pecado, mas ama o pecador. O pecado reside em nosso âmago, e que carrega a doença do ego, que nos afasta do Eu que abriga em cada um de nós, a Luz. Deus nos quer, nos quer para os Seus propósitos, mesmo que carreguemos toda a sorte de imperfeições e vicissitudes. Deus quer as nossas virtudes - ferramentas de Deus - para que sejamos operários de Sua obra, a Obra Humana sobre a Terra.



La Misericordia di Quello che noi chiamiamo Dio - Creatore di Tutte le Cose e la Ragione dell'Esistenza e della Vita, il Dio nascosto, nascosto nella profonda impossibilità di vedere il suo volto, e al tempo stesso è in tutto ciò che vediamo, sentiamo , cercchiamo ... e percepiamo; questo Dio, che ci porta la grande saggezza che tocca ad ognuno di noi, sciocchi mortali "goetheani".

Dio non ama il peccato ma ama il peccatore. Il peccato si trova presso la nostra essenza che porta la malattia dell'ego, che ci allontana dell'Io che abita in ciascuno di noi, la Luce. Dio ci vuole, ci vuole per i Suoi scopi, anche se portiamo tutti i tipi di imperfezioni e vicissitudini. Dio vuole le nostre virtù - strumenti di Dio - perchè possiamo essere operai nella Sua opera, l'Opera Umana sulla Terra.

[Mauro Brandão]

desejos secretos...



Para esquentar, num sábado de chuva, e inspirar beijos de chuva: palavras da lareira...

Tu queres de mim uma poesia.
Algo que te faça tremer e perder o juízo.
O que tu não sabes é que eu só quero te poetar.
Fazer do teu corpo o caminho das minhas palavras.
Dirigir em tua pele, milímetro a milímetro,
Guiar-me por minhas mãos ao volante de um trator...
Que abrirá em teu corpo estradas vicinais.
Fazer da minha boca um caminhão-pipa,
E te molhar; regar-te por toda a tua extensão.

Tu queres de mim um poema.
Algo que te faça sonhar e levitar.
Mas tu não sabes que eu só quero é me perder.
Na mata, sem mapa, sem bússola e sem direção.
E sem norte, te encontrar enfim.
Para que sem norte, nos percamos juntos,
E que juntos, jamais encontremos a saída.
Pois assim é que queremos; perder-nos!
Pois somente perdidos nos encontraremos em nós.

Tu queres de mim palavras versadas.
Algo que te faça desejar-me em ardor.
Mas tu não sabes que eu só quero te navegar.
Em ti, como um rio repleto de curvas...
Repleto de cachoeiras, relvas e pedras.
E em minha canoa, navegar-te-ei em ti e por ti.
Até que juntos, eu, e tu, rio, nos encontremos;
nas águas calmas do lago do nosso amor.
O nosso intenso amor que é estrada, mata e rio.

Palavras...
Estradas que se findam;
matas que incendeiam;
rios que se afogam...
Nos secretos desejos meus que são teus.

[Mauro Brandão - 10/11/2012]

***




VELHO POEMA VERMELHO

Vermelho que incendeia verdes verdades:
Vermelhamente quente é o sangue que corre em veias vermelhas.

Ver-me à mente, estremece corações vermelhos,
Vermelho que me vive e dá-nos vida,
Vermelha boca de um beijo ardente recheada de vermelho batom.

Vermelhando minha alma acesa por ardentes desejos vermelhos.
Vermelhados brotos que reluzem a vida... vermes vermelhos...
Vermelho dos olhos nas lágrimas que descem bailando.

Vermelha vida e vermelha morte se cruzando na velha existência vermelha.
Vermelho é meu sentimento que pulsa diante da tua alma vermelha...
Vermelhos sons, vermelhos ideais, em avermelhadas cores vermelhantes.

Vermelha é a estrada que nos espera, à brilhante luz de um sol vermelho.

[Mauro Brandão]

Tela Mulher de Vermelho - Vladimir Volegov


***


Foto: O cheiro de pêssego do teu sabonete... 
Amarelo pêssego em tua pele escorrendo, 
deslizando... 
Ressaltando o vermelho dos teus lábios, 
vermelho morango,... 
das relvas verdes quando abristes os braços, 
deixando a brisa envolver-te, 
a soprar de leve a tua saia... 
Brisa que entrelaça tuas pernas, 
Inebriando-me 
com o cheiro de pêssego do teu sabonete.

[Mauro Brandão]


O cheiro de pêssego do teu sabonete...
Amarelo pêssego em tua pele escorrendo,
deslizando...
Ressaltando o vermelho dos teus lábios,
vermelho morango,...
das relvas verdes quando abristes os braços,
deixando a brisa envolver-te,
a soprar de leve a tua saia...
Brisa que entrelaça tuas pernas,
Inebriando-me
com o cheiro de pêssego do teu sabonete.

[Mauro Brandão]

***

Foto: No amor, vive-se: a dor e o humor.
Ardor, em meio da dor.
Arder, em meio ao humor.
Amor: é arder no ardor...
Amor: é ardor no arder...
No amor vive-se: o humor e a dor.

[Mauro Brandão]

No amor, vive-se: a dor e o humor.
Ardor, em meio da dor.
Arder, em meio ao humor.
Amor: é arder no ardor...
Amor: é ardor no arder...
No amor, se vive: o humor e a dor.

[Mauro Brandão]

***


Aaaah!...
Se eu fosse o cisco dos seus ói...
Iria ser o seu olhar.
E eu, cisco,
olharia do seu olhar para mim.

E aí eu, cisco corisco,
saltaria pro seu coração, caído dos seus ói,
e que de cisco,
viraria flecha
e fisgaria ocê pra mim.

[Mauro Brandão]


***





Sigo teus passos como um animal segue a sua trilha.
Busco tua seiva, tua essência.
E onde tu estiveres, em teu encalço lá estarei.
Busco o teu cheiro, a tua pele, as tuas entranhas, o teu calor...
Alimento a minha alma por teus desejos,
e os teus desejos, eu os desejo fundidos em mim.
Fundidos numa nova liga, desejados ardentemente em nossas fornalhas.
Assim, busco os teus passos,
pois nos teus passos encontrarei os meus.
E se desejares loucamente, te direi, desvairado: eu te amo!




***



Foto: SWEET AND PRECIOUS GIRL

Mesmo que tudo tenha sido dito... 
Sempre haverá palavras doces 
que encarregarão de dizer-te, 
Que tudo o que foi dito, 
Jamais terá o sabor da tua doçura. 

[Mauro Brandão]

SWEET AND PRECIOUS GIRL

Mesmo que tudo tenha sido dito...
Sempre haverá palavras doces
que encarregarão de dizer-te,
Que tudo o que foi dito,
Jamais terá o sabor da tua doçura.

[Mauro Brandão]



Ardência... ardor... acordar... dar... doar...
Arder... dor... adormecer... adornar... atordoar...
Ardência... incandescência... indecência... ciência...
Decência... cadência... clemência... ausência...

[Mauro Brandão]

Foto: Vento, vento... traz em mim teus beijos ventados...
Sopra ao meu ouvido tuas palavras beijadas.
Um dia aventadas em lembranças... brisas de amor.
Beije-me como o vento, que esvoaça por minha boca.
Vento... que voam lembranças que um dia sopraram,
Em minh’alma, apaixonadas brumas nascidas ao vento.

[Mauro Brandão]
...

Vento, vento... traz a mim teus beijos ventados...
Sopra ao meu ouvido tuas palavras beijadas,
um dia aventadas em lembranças... brisas de amor.
Beije-me como o vento, que esvoaça por minha boca.
Vento... que voam lembranças que um dia sopraram,
em minh’alma, apaixonadas brumas nascidas ao vento.

[Mauro Brandão]

***





Como posso não amar,
se o amor não acabou?

Amo em tua ausência,
sinto o cheiro da tua sombra.
Tua pele ausente esquenta
a saudade que me assola.
Sinto minha boca seca,
na lembrança da tua boca molhada.

Teu amor vive
ausente no meu presente...
Vivo o passado amado esmagando
o presente sem amor.

O amor não acabou,
mas não posso amar.
Então, amo o que se foi
como se nunca tivesse ido.

[Mauro Brandão]

***




AMOR ROMÂNTICO-PLATÔNICO

Esse amor, que me faz revirar na cama...
Das noites insones em que penso em você...
É amor que não precisa te ter, nem me saciar,
Pois o que me sacia é somente a sua presença.

Esse amor, que é mais forte que o cheiro da flor.
É mais forte que o vento que uiva.
É mais forte que o calor da minha pele.
É mais forte que as palavras não ditas.

Esse amor, apaixonado e não declarado.
Assinado, assinalado, entre olhares descuidados,
Permitido, invadido, mesmo que não oficializado.
Intenso, velado, como o existir que nos é revelado.

Esse amor, olhado de longe em beijos desejados.
Em beijos sonhados e às vezes roubados.
É um amor assim, livre e amarrado.
Consentido, e inevitável. Livre, e entrelaçado!

[Mauro Brandão}

***




É flor, é flô, é fulô!
Que flora, fulora e flôra.
E fala aos meus ouvidos sussurros de flor.
Que aflora, petála e incensa,
exalando seu cheiro de flor mulher.

Flô muié, fulô mulér.
Mulher fêmea, cabra fêmea.
Que me deixa assim, bebin por você,
quando vem em mim com esse cheiro...
Cheiro de flor, de fulô, de flô.

Venha à mim, mulher-flor,
que meu sonho é te despetalar.
e te esparramar no jardim do sonho.

Jardim-sonho meu de mim pra você.
Jardim secreto, florido por você, flor do meu jardim.
Flô, fulô do meu jardim.


Imagem: Abgail, di Cavalcanti.

[Mauro Brandão - 24/07/2012]



CHUVA NO SERTÃO

Quando chove no sertão, minha alma contorce por ti.
Chuva amada, amassada, pingos de paixão...
A cada sussurro meu em teu ouvido, chove no sertão.
A cada suspiro transpirado da minha pele, chove no teu sertão.
Chuva que me irriga a tua feminina fertilidade,
Chuva que encharca meu corpo sedento de ti.

Quando chove no sertão, teu sorriso me abriga.
Sinto em mim a tempestade do teu ardor.
E até o sol se molha de êxtase quando em ti chove.
Pois é chuva de amor, que esverdeia tuas entranhas.
Penetra-me nas águas por todos os meus poros.
E em ti, inunda-me as vias das tuas emoções.

Quando chove no sertão, não chove. Alaga-nos!
Alarga-me o pulsar do meu coração por ti.
Quebra-me barreiras, destrói-te paradigmas.
Brota-nos na pele sementes de furor.
Troveja, retumba, ricocheteia, estremece, abala.
A chuva do teu sertão, e que nos faz assim, Ser Tão.


***





Se eu fosse um rio,
De um beijo faria a minha nascente.
Escorreria por tua boca, desceria pelo teu pescoço.
Entre teus seios, me faria afluentes.

Encontraria outros rios meus percorridos de tuas costas.
Alargado, faria do teu umbigo uma ilha...
E eu, atrevido rio, desceria destemido como canoa,
e ao desembocar em teu monte proibido...
Cairia como cascata no lago do nosso amor.

Lago formado por meus rios nascidos dos teus pés,
rios atrevidos corridos em tuas coxas.

Rios meus encontrando, afinal, nesse lago final.
E sendo lago, nadaria calmo pelas águas de paixão,
que é rio, e feito água, escorreria sempre em nós.

Águas-vivas sempre novas de um mesmo rio, sempre rio...

[Mauro Brandão – 22/06/2012]

***


EM UM CABARÉ PERNAMBUCANO
(rimas do repente)

Velhas teclas de um velho piano,
Sobra-me apenas os dois dois de copas.
Olhares em descaso nos degraus de escadas
escondem-se desejos cobertos de pano.
Vibrante vermelho de um doce batom,
entrebrilhando como vagalume ao neon.
O salão era o sentido de gentes sem mundo
onde n'algum dinheiro ganha-se a vida,
afogando-se em uísque, encontro-a perdida,
era ela, a mulher que me encontrava amando.

Agora me restara apenas um plano,
ziguezagueando sôfregas entre as mesas.
Damas, camélias, cálidas princesas,
mas só enxergava a ti naquele aceno.
Neblinas de cigarros marcavam o tom,
sonhavas distante debaixo do edredon...
Volúpias, paixão, razão padecendo,
Assim tu me vinhas sempre atrevida.
Insolente veneno, me eras intrépida,
escravo assim fui de ti me tornando.

Em desvarios, me encontro insano
em mágoas, companhia das marias bêbadas.
Toda fortaleza se rende às fraquezas
da tua pele macia, exalas veneno.
Felina pantera do Armagedom,
de todo o belo, de tudo que é bom,
naquele salão nos amamos dançando.
Hoje sofro por minha memória estúpida,
glórias de dias de felicidade cálida,
beijos molhados em moet chandon.

[Mauro Brandão - 06/12/2012]

Site dessa imagem: http://capa-bode.blogspot.com/2009/10/morte-do-cabare.html
Tela: Morte no Cabaré - Tintoretto


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FLOR DO SERTÃO

Vermelhos beijos, com cheiro de terra...
Cheiro de Flor do cerrado, 
sertão vermelho,
Ser Tão vermelho... 
Assim como é vermelho o nosso sangue,
Que se rubra diante do nosso amor.

O nosso canto, Ser Tão, é assim...
Vermelho como o suor do sol.
Irradiante sol de arco-íris avermelhados.
Que nos esquenta, queima e reluz.

Beijos melódicos esvoaçam-se no céu vermelho...
Céu de jagunços, 
céu de amores sertaneiros.
Amor brotado em flor, 
uma flor bela do chão vermelho,
Como notas, pássaros saídos do cantar do sertão.

Vermelho sertão, 
rubra mulher - harmonia que é Ser Tão...
Sertão dos meus sonhos de sol, 
encantados num canto.
Onde canto, em serenata, uma cantiga vermelha,
A uma flor-mulher, 
vermelha como o amor do sertão.







Uma pantera ferina.
Uma mistura de vigor e silêncio;
garras afiadas
que brilham seus olhos no breu da noite
que se guia por meu cheiro.

Seus instintos afloram.
Me encontra!
Sua alma felina me lambe,
sente o sabor das minhas emoções
de estar diante de uma mortal felina,
que neste momento
me fita e me cheira
prestes a devorar-me...


[Mauro Brandão]

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Lembranças...
instantes únicos eternizados na fogueira da saudade.
Instante que não tem régua para medir e balança para pesar.
Instante,
de tão pequeno que é,
que cabe num ponto,
infinitos pontos de instantes eternos.

Mas...
o quão imenso é um instante,
que depois do seu ínfimo pulsar,
se alastra como fogo no mato seco,
nas cercanias infindáveis do nosso amor.



[Mauro Brandão]


***




Um dia chegará!
Aos meus olhos por teus pés.
Aos meus sonhos por tuas mãos.
Falarei a língua do teu coração,
no dia que esse dia chegar

[Mauro Brandão]


***





Esse pecado dá samba.
Ou valsa, quem sabe ao som de um bolero?
Num salão enfumaçado, um feminino perfume, sob a luz neon...

É pecado! É pecado? Pecado não é!

Pecado concedido, pedido, rasgado, apagado, pregado...
Um pecado despetalado, de mil cores, pecados capengas...
Pecado vermelho, ou seria lilás?
Brancos e negros perfumes, de toques sutis, ou nada sutis...

Ou é pecado, ou é vida!
É pé! Pé-de-samba, pé-de-valsa, pé-de-moleque.
Que peca, que dança, que valsa.
Da vida que se peca, dança.

Pecadança, dansapeca, só não dança quem não peca.

inspirado em uma poesia da poeta Geane Masago.

[Mauro Brandão - 12/10/2012]

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Lilás, aliás, 
será a minha joia a te dar em laço lilás.
Aliás, 
serei lilás em tua vida, que brilha lilás.
Uma rosa lilás... 
de pétalas rosas e cheiro lilás,
ou uma roxa paixão, 
rosa roxa, 
roxa rosa, 
aliás, lilás.

Inebriaremos em vinho, 
um tinto vinho lilás.
Que nos remete a uma encantada alma lilás.
E se é lilás que te encanta, 
te darei meu sangue lilás.
Sonhando com sua boca lilás, 
seus olhos, 
em vinho, 
brilham lilás.

A tua pele rosa, 
teu corpo ardente, 
tremula num beijo lilás.
Aliás, 
somente um inesquecível e apaixonado beijo lilás.